Donde vem o murmúrio que abranda,
Meu sofrer?
Quem sois vós, que do Olímpio parece vir,
Com a beleza de Pandora em teus braços,
Como oferenda aos mortais?
Permite-me acompanhar-vos,
Sobe passada alguma, fa-la-ei saber que posso,
Cá esta a encomodar-vos?
Ser-vos-ei pássaro quieto,
Cantador, se o amanhecer não vos roubar,
A face o sorriso, contentando-me.
“Vem então poeta!
Quem sois vós pouco devo saber,
Para que saiba, eu, que és de encanto verdadeiro,
Em vossos versos,
Pois que poeta temeria o castigo dos deuses,
Enganando a uma senhora?”
Sagrados são vossos passos,
Jamais faria tamanha aberração à bondade,
Ser-me-ia a morte ainda melhor,
Que á vós mentir em tamanho despautério.
Leva-me convosco, casai comigo?
Ser-vos-ei eternamente,
Como já o sou,
Apaixonado.
Odoacro Souza
PS: Com um carinho diferente ao que me representa esta bela mulher, a mais humilde homenagem.